"Eu não me conheço. E tenho medo de me conhecer. Tenho medo de me esforçar para ver o que há dentro de mim e acabar surpreendendo uma porção de coisas feias, sujas."
[Caio Fernando Abreu]
05. Teoria feminista e as filosofias do homem [Andrea Nye]
01. Garota: Interrompida
02. Itty Bitty Titty Committee
03. Encontros e Desencontros
04. Ghost World - Aprendendo a Viver
01. Janis Joplin
02.Pink
03. The Organ
04. Juliette and the Licks
05 . The Distillers
06. Tegan and Sara
07. Piaf
[Wednesday, May 18, 2011]
Tentei pensar em algo pra se ouvir enquanto se lê esse escrito e não consegui. Só uma música me vem à cabeça: http://www.youtube.com/watch?v=353ZF8aZC64 Aí leio o comentário mais voltado e tenho certeza que só pode ser esta canção.
Aviso: Isso não é um texto literário. É um desabafo.
As Reticências
Há algo que me sufoca. O que seria grande (seria esse o adjetivo – pesado, talvez?) a ponto de impedirque o ar entre?Não. O ar entra, sou eu que não sinto. Ou talvez meu corpo sinta e minha alma não? Sei que não tomo consciência dele permeando meu corpo. Respiro de forma afobada, como se esperasse que o ar levasse consigo esse peso, essa grandeza desconhecida, que na verdade devo saber- mas não aceitar – de onde vem. Esse sufoco não vem sozinho. Porque viria? Há junto dele um engasgo, não desses que fazem a gente tossir, mas desses que apertam o peito, que desesperam e nos tiram do rumo que já nem existe.
Não sabia que a felicidade era tão difícil. Quero dizer... Nem a via possível, a princípio. Mas agora que se torna realidade... A desgraçada da felicidade também não vem sozinha. E por que viria? Nada nesse mundo é beleza é beleza simplesmente. Nada nesse mundo de lixo em que vivemos é plenamente belo ou bom. Nem a senhora felicidade, nem o amor. Sabe aquele amor “pra sempre”? Não é o que vocês acham que é. Não. Ah, esse amor que parece resolver todos os seus problemas... Péssimas notícias: ele só traz mais. Junto com o prazer e tudo de bom sobre viver com quem se ama vêm uma bagagem de outras coisas, normalmente não tão boas.
Diz uma bela canção: “Os opostos se distraem, os DISPOSTOS se atraem.” Quem está disposto? Essa é a questão maior. Mas não vamos discutir sobre o amor, não é pra isso que venho aqui. É pelo sufoco, pelo engasgo. Pela saudade. E a falta das reticências. As reticências. Essas nunca deixaram de fazer falta. As reticências, desde o início deixavam a saudade tomar conta, mesmo antes de saírem da minha vida. Mas desde que se foram... É dilacerante. E sei que sempre vai ser. As reticências traziam consigo a poesia. Poesia da vida, do momento, da música, dos livros, da vida. A poesia da poesia. E trazia também suas próprias poesias, guardadas em mim pra sempre. Decoradas. Lidas e relidas quase que diariamente. Até mesmo a difusão entre realidade e virtualidade – que não explicarei agora – eram poesia, eram magia. Mas isso não se perdeu. Nem a poesia, nem a magia, nem a saudade. E talvez (talvez?) coisas bem mais fortes continuem presentes. Mas provavelmente em vão. As reticências se foram e é improvável que voltem.
Não quero relembrar tais coisas, o tempo não deixa que voltem. O tempo! Desse cara é impossível conhecer o caráter! Quem é o tempo? Para que o tempo? Juro que se me fosse possível espancava esse filho da mãe até não poder mais! O tempo corrói e leva praticamente tudo. O eu fica é o que a saudade não nos permite esquecer. Não nos permite superar. É o caso desses três pontinhos que não significam nada para a maioria de vocês. Mas que serão parte de mim por um “bom” tempo. Tempo esse que não sei se irá ter fim antes do meu. Quando se tem certeza de que algo não vai se acabar, é porque não se acabará. E sempre soubemos que as reticências estariam comigo pelo resto do meu caminho.
Desculpem se não especifico ou explico tudo que digo, mas as reticências sempre tiveram sua explicação nas entrelinhas. Qualquer entendedor da nossa língua sabe disso. E é nas entrelinhas que elas vão continuar. As reticências... Meu berço até meu leito.
Já faz um tempo Que eu queria te escrever um som Passado o passado, Acho que eu mesma esqueci o tom Mas sinto que Eu te devo sempre alguma explicação. Parece inaceitável a minha decisão. Eu sei. Da primeira vez, Quem sugeriu, Eu sei, eu sei, fui eu.
Da segunda Quem fingiu que não estava ali, Também fui eu. Mas em toda a história, É nossa obrigação saber seguir em frente, Seja lá qual direção. Eu sei.
Tanta afinidade assim, eu sei que só pode ser bom. Mas se é contrário, É ruim, pesado E eu não acho bom. Eu fico esperando o dia que você Me aceite como amiga, Ainda vou te convencer.
Eu sei.
E te peço, Me perdoa, Me desculpa que eu não fui sua namorada, Pois fiquei atordoada, Faltou o ar, Faltou o ar.
Me despeço dessa história E concluo: a gente segue a direção Que o nosso próprio coração mandar, E foi pra lá, e foi pra lá.
E te peço, Me perdoa, Me desculpa que eu não fui sua namorada, Pois fiquei atordoada de amor Faltou o ar, Faltou o ar.
Me despeço dessa história E concluo: a gente segue a direção Que o nosso próprio coração mandar, E foi pra lá, e foi pra lá, e foi pra lá.
Assinado Eu [Música da Tiê]
.: Post por Audrey 10:09 AM
[Friday, August 8, 2008]
Como correm as horas Quando tudo nos dá prazer Como correm as horas Quando teus braços vêm me envolver
Como correm as horas Correm as noites, os dias Como correm as horas No embalo de tuas carícias
Como correm as horas Fica a lembrança dos segundos idos Mas como é bom ver correr as horas Ao som dos teus gemidos
*
Postado enquanto espero na PUCRS pra fazer a rematrícula...
E a dúvida me mata... Me matriculo em japonês, alemão ou francês??
Não sei como as pessoas se encontram, como elas sentem, antes de saber, que alguém deve fazer parte de sua vida. Que uma pessoa vai se tornar tão especial, tão necessária... Sei que não acontece sempre, não acontece muitas vezes, e nem para todo mundo. Mas é incrível a capacidade que temos de perceber isso antes que tudo aconteça, de nos aproximarmos dessa pessoa, inconscientemente, para que tudo isso seja capaz de se tornar real. Para que essa pessoa se torne aquela por quem acordamos. Aquela que faz falta, e que, de certa forma, nos torna quem somos. Aquela pessoa que nos faz doces, suaves, que nos dá essa vivacidade que só tem quem ama. Não sei como acontece, mas sei que acontece. E agradeço por isso. Agradeço por acontecer comigo. Agradeço por poder sentir isso acontecendo. Por poder saborear esse estado sem nome, esse que vem junto com o amor. Agradeço por alguém me proporcionar isso tudo. Hoje ela me pediu pra descrever esse estado, depois de eu dizer "esse estado que tu me deixa... é um dos fatores que fizeram eu me dar conta do que sentia, não ficava assim a muito tempo.... é tão bom sentir isso, é tão bom que seja contigo essa "coisa" [odeio essa palavra] natural, tu não precisa fazer nada, só existir ali, e já me deixa assim... é difícil achar isso"
Não sei se é algo que se possa colocar em palavras, mas tentei:
"sabe quando dá quase pra ouvir o sangue nas veias? e o coração parece bater tão rápido que parece que vai saltar longe, e daqui a pouco parece que ele para, e volta, e não se sabe o que fazer, nem dizer, se perde a noção de tempo, espaço... um estado onde tudo que tu percebe é que teu corpo parece enlouquecer e a presença do outro, e tu sabe que tu quer essa pessoa, que tu ama essa pessoa, que fora aquele momento-sentimento-presença, tu parece não precisar mais nada... só é preciso sentir isso... com essa pessoa em especial... que tu precisa aproveitar isso... e fica difícil controlar o corpo, dá aquela vontade de pular na pessoa e não soltar mais... aqueles momentos que qer se guardar pra sempre, congelar o tempo, as outras pessoas, fazer com que nada mais existisse não sei se é o suficiente pra definir... é essa 'coisa' especial"
É isso, é mais que o amor, é o amor e tudo que vem dele, tudo que faz ele nascer, crescer, viver. É algo que não se pode jogar fora, não se pode descartar, algo de que não se pode fugir. Nem há razão para fugir, é a coisa mais linda que pode existir. É inato, é irracional, é puro. É o que todos queremos achar. É mais que amor.
........... Lembra o que falei sobre aquela festa? "Num deserto de almas também desertas, uma alma especial reconhece de imediato a outra." Caio F. Abreu
parecia sonho... bom não ter sido... teu olhar, tuas mãos, teus cabelos... vivo cada segundo nesse tempo não ha muito ido... lembrando tua boca, teu corpo, te revendo toda ...
ai finais de semana assim não são fáceis de acontecer... ainda estou meio em alfa... falando em alfa...
"...para te definir ou para te compreender não preciso saber de onde vens assim como para me definires ou para me compreenderes não precisas de nenhum dado concreto mas eu não te defino nem te compreendo apenas sei que chegaste e que esta tua chegada modificará em mim todas as coisas que se tornaram suaves todas as cordialidades ou amenidades que construí nesse tempo de absoluta sede ansiava por ti como quem anseia pela salvação ou pela perdição..." [Caio - O Afogado]
sexta-feira...
e hoje tem open o/ bebeeeeerrr e dançaaaar! \o/ e esperar o tempo passar...
Então... Hoje fui pegar a prova do Assis Brasil [fofo³], entrei na sala de aula brincando com ele e uma colega por estar abraçada em uma sacola de papel ao entrar na aula... E ouvir a seguinte pergunta feira por ela: "É um cachorrinho??" hahaha Juro que pensei que ela estava brincando! Mas não... Enfim, o Assis Brasil [fofo³] devolveu as provas, e.. E eu quase morro ao ver que tinha tirado 10,0 no meu conto! Mas é um 10,0 dado pelo Assis Brasil [fofo³]!! [Sim, eu babo nele, ele é super fofo e apertável!]
Antes de postar o conto... HOJE É DIA 27.06!!!! *Sorriso* [24!! É baitooooooola!] Tá, me controlei... E quero deixar um beijo pra Marta, apesar de ela ter dito que não vai ir na NEO este sábado... hahaha. Brincadeira. É só pra dizer que te adoro, e que passei um tempão viajando na frase do Hemingway que está no teu msn. E que estou com saudades! E amanhã tem... ZÉLIA DUNCAN E SIMONE! [obrigada Libélula minha!]
E depois... =] ... Aí está o conto...
O Que Restava.
Abre os olhos novamente, como se esperasse que a noite estivesse á fora outra vez. O clarão da manhã ensolarada entrava pelas percianas acinzentadas pela poeira que nunca havia sido limpa, criando pontos luminosos na parede oposta, na cama e em seu rosto. Como se dexenas de atiradores de elite estivessem em frente ao hotel barato, escondidos em meio ao caos do centro da cidade, à sua espera. Levantou, esfregando os olhos para afastar o pensamento, fechou as cortinas antigas, pesadas, aquele verde sufocante, sombrio. Cor de fruta podre, pensou. Sentou-se na cama e abraçou o travesseiro que descansava ao lado do seu. Até mesmo seu cheiro já me abandonou, disse com a voz de quem acorda, rouca, entrecortada. Sentiu o terrível vazio no peito crescer, apertando os músculos cardíacos. Nada mais me resta, falou para si, nada mais. E não restava mesmo, nada além do retrato amassado, dobrado e carcomido que guardava na carteira, já todo marcado pelas lágrimas que, em vão, tentava conter, mas teimavam em cair. Abriu a carteira, pegou o retrato e o encarou por algum tempo, e então chorou novamente. Era impossível segurar a emoção, sempre haveria espaço para mais uma lágrima naquele retrato. Guardou-o novamente. Trocou a bermuda de pijama pelas calças sujas, jogadas no chão e continuou com a regata branca que usara para dormir. Foi ao banheiro e parou em frente ao espelho. Passou alguns minutos tentando descubrir quem olhava de volta. Notou as marcas no rosto, o preto ao redor dos olhos, aquelas olheiras mais pareciam buracos negros. Lembrou-se, então, que já não dormia mais. Percebeu a palidez da pele, já quase roxa, e lembrou-se que evitava qualquer contato com a luz. Solar ou qualquer outra. Viu que a pessoa no espelho estava muito, muito magra, parecia beirar a inanição. Parou e lembrou não comer nada desde o início da semana, cinco dias atrás. Tocou o espelho e a figura refletida repetiu o gesto no mesmo instante. Realmente sou eu. Até então não sabia que estava tão mal. Culpa de sua audência, minha culpa, lamentava. Havia apenas aquele retrato, que aos pouscos se desfazia, como seu próprio. Foi até a cozinha, mass não sentia fome. Melhor assim, pois existia nada que não estivesse putrefato, além das últimas latas de cerveja. Não queria mais beber. Fechou a porta fria da geladeira, olhou ao redor, e, não enxergando nada que pudesse dar ajuda em algum aspecto daquela manhã, no mínimo, estranha, achou melhor voltar ao quarto. Puxou novamente o retrato da carteira, as lágrimas cada vez mais escassas voltavam a cair lentamente. Era preciso livrar-se do retrato. De tudo isso que fazia cerco. Do álcool, do lugar, da sujeira, da escuridão, do fim que parecia aproximar-se depressa. De repente um calor estranho vindo do estômago e um sentimento de pura raiva tomaram conta de seu corpo, e sem conseguir controlar a cólera, gritou: VÁ PRO INFERNO! E fez do retrato o que pareciam confetes de carnaval. Enlouquecendo, atirou-os para o alto, girando ao redor de seu próprio eixo. Ao cair dos pedaços do retrato, ouviu-se um barulho seco: seu seu corpo inerte batendo no chão no mesmo instante.
És a luz da lua adentrando as janelas ao cair da escuridão És o calor solar aquecendo o dia que começa És o poema sentimental que chega pronto à ponta da caneta És canção que alegra os ouvidos em meio ao caos sonoro da cidade És colírio que revive os olhos já cansados És abrigo para o corpo cansadono fim do dia És medicação para o mal-estar, qualquer que seja És recreação após o turno de aborrecimentos da rotina És a companhia necessária de todos os dias És a essência da vida que corre em mim Éo sorriso, o brilho nos olhos, o suspiro mais profundo És a exclamação de felicidade, o abraço, o beijo roubado És o cantar dos pássaros, o perfume das flores, a beleza do céu És o cheiro da chuva, o barulho dos ventos, o cair das folhas de outono É o que vem em um bloco de pensamentos ao calar-me e morder os lábios É tudo que significam as reticências que parecem uma resposta vazia... ****
Produto da aula de Introdução à Ciência da Linguagem... Mesmo assim, prestei atenção na aula hahaha Mas não estava muito presente...